Além da Deficiência: Como a Diversidade Funcional Moldou a Nossa Sociedade

Ao longo da história da humanidade, a visão e o tratamento dado à questão da deficiência sofreu inúmeras evoluções. Um exemplo disto era a prática medieval em que, logo após o nascimento, as parteiras apresentavam ao pai os recém-nascidos, tendo em mãos dois baldes de água limpa. Se a criança apresentasse algum tipo de deformidade, deficiência sensorial ou cognitiva, o destino era trágico: eram afogadas em um dos baldes. No caso de não aparentar nenhum tipo de deficiência, o outro balde era usado para limpar a criança, o cordão umbilical que só então era apresentado à mãe. Tal prática cruel ressalta o intenso preconceito da época.

As crianças que apresentavam qualquer diversidade que “fugisse do comum” eram frequentemente rejeitadas. Era comum acreditar que se um casal não tivesse filhos “perfeitos”, isso poderia ser algum tipo de castigo divino. Em muitos casos, essas crianças eram adotadas por parteiras humildes, que viviam em condições precárias e sem os recursos necessários para proporcionar a assistência adequada. Infelizmente, essas crianças sofriam capacitismo, um preconceito contra a pessoa com deficiência, sendo escanteadas e não fazendo de fato parte daquela sociedade. A Revolução Industrial do século XVIII marcou uma mudança significativa na percepção da diversidade funcional. Embora a maioria das pessoas com deficiência permanecesse isolada, o comércio ambulante da época notou a presença significativa deste grupo na sociedade e a ausência de instrumentos para auxiliá-los. Foi a partir dessa observação que surgiram os primeiros produtos pensados exclusivamente para pessoas com deficiência, tais como andadores, próteses, bengalas e cadeiras de rodas.

Com as duas Grandes Guerras do século XX, o número de pessoas com deficiência aumentou drasticamente em todo o mundo. Em 1948, após o final da Segunda Guerra Mundial, a ONU promoveu pela primeira vez uma discussão sobre os direitos das pessoas com deficiência. Foi assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que assegurava a todos o direito à liberdade, a uma vida digna, à educação básica e à participação na vida comunitária, independentemente de etnia, gênero ou classe social. Algums anos depois, em uma outra convenção da ONU, em 1975, houve um novo avanço nos direitos das pessoas com deficiência. Foi assinada a Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que afirmava que todas as pessoas, independentemente da origem, natureza e gravidade de suas incapacidades e deficiências, têm os mesmos direitos fundamentais que os seus concidadãos da mesma idade, o que implica, em primeiro lugar, o direito de gozar de uma vida tão digna, normal e plena quanto possível.

No Brasil, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e a Lei de Cotas trabalham para garantir os direitos das pessoas com deficiência. No entanto, a luta por uma voz ativa e respeitada persiste. Em 2015, a ONU adotou o termo “diversidade funcional”, refletindo uma mudança de foco do estigma associado às características físicas para o valor da diversidade em nossa sociedade.

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